segunda-feira, 3 de novembro de 2008

"ROLINHO" DO INTER: SAUDADES DO FUTEBOL-ARTE











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Uma das coisas que mais contribuem para o relacionamento com os amigos é uma boa conversa. E numa boa conversa não há como não se rebuscar fatos e feitos do passado. Papo vai papo vem e lá estão as lembranças, as vivências do passado. E um dos assuntos que mais entram em voga no bate-papo é o futebol. O futebol jogado com bola de meia recheada de trapos de panos ou a bola de borracha, que chupada o pé cada vez que se dava um chute mais forte, nos meio da rua de chão batido ou num campinho próximo de casa. Outras vezes, aí a coisa era mais sofisticada, se jogava com bola nº 5 não-oficial, bastante mais leve do que a bola oficial usada para jogos profissionais ou mesmo nos torneio da várzea nos campeonatos intersérie no colégio.

Era o tempo do futebol-arte, do futebol criatividade e inventividade, cheio de dribles, jogadas com efeito, ginga, a boa malícia e, naturalmente, o talento. E desse tempo, que nos remete aos anos 50, 60 e 70, lembro dos campeonatos estaduais em que participavam clubes como o Sport Club Internacional e seu Estádio dos Eucaliptos, batizado de Estádio Ildo Meneghetti; o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense com seu Estádio da Baixada; o Grêmio Esportivo Renner e seu estádio Whaterloo depois Estádio Tiradentes; Esporte Clube Cruzeiro e seu Estádio da Montanha; o Clube Atlético Nacional e o Estádio das Camélias; Esporte Clube São José, o Grêmio Esportivo Força e Luz e o Estádio da Timbaúva, todos de Porto Alegre. E mais o Clube Esportivo Aimoré, de São Leopoldo e seu campo chamado de "Taba"; o Esporte Clube Floriano, de Novo Hamburgo (hoje o Novo Hamburgo), o Grêmio Esportivo Flamengo, de Caxias do Sul (hoje G. E. Caxias), além de equipes de Bento Gonçalves, Pelotas, Bagé e Rio Grande, cidade berço do futebol no Brasil.

Desse tempo, na década de cinqüenta, o Sport Club Internacional, que já havia tido o famoso e imbatível "Rolo Compressor", na década de 40, havia formado um time que foi batizado de "Rolinho", por ser quase imbatível.

O capitão José Francisco Duarte Júnior, o Teté, servia na corporação no Rio de Janeiro. Mantinha um bom relacionamento com os dirigentes do Flamengo. Estava para retornar ao Rio Grande do Sul, onde voltari a ser treinador. Assim, fez uma porposta ao Flamengo: a troca do jovem zagueiro Gago, então com 17 anos e um futuro promissor, por Florindo, Quinzinho, Luizinho e Bodinho, craques que levou para o Nacional, onde foi ser o técnico, em 1951. No ano seguinte foi contratado pelo Sporto Club Internacional e junto levou uma plêiade dos melhores jogadores: o goleiro uruguaio La Paz, Florindo, Quinzinho, Luizinho e Bodinho. Contratou o centro-médio Salvador do Força e Luz e o centro-avante Larry Pinto de Farias, que era reserva do Fluminense do Rio de Janeiro. E assim surgiu o "Rolinho", que durou de 1952 a 1956.

TIME INESQUECÍVEL

De todos os times que acompanhei e ouvi (pelo rádio) jogar, o que mais impressionou, e que jogava o esquema 2-3-5, foi o formado por:
La Paz, Florindo e Oreco; Paulinho de Almeida, Salvador e Odorico; Luizinho, Bodinho, Larry, Jerônimo e Canhotinho.
Antes, em lugar do Larry jogava o Mujica, cujo destino desconheço. Depois alguns foram sendo transferidos para clubes do eixo Rio-São Paulo, como Oreco (Corinthians e Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1958, tornando-se um dos campeões mundiais) e Paulinho de Almeida que foi para o Vasco da Gama e Seleção Brasileira de 1954. Só não foi convocado em 1958, devido a problemas num dos joelhos que acabou tirando-o do futebo). Assim novas contratações foram sendo feitas: o ponteiro esquerdo Chinezinho, que depois se transferiu para o Palmeiras, de onde foi para a Seleção Brasileira e encerrou sua carreira em times da Itália), os zagueiros Setembrino e Lindoberto e o lateral-direito Mossoró.

Tété, juntamente com esse time como base, comandou a Seleção Brasileira de Futebol que conquistou um dos primeiros e principais títulos para o Brasil, vencendo o II Pan-Americano, realizado no México, em 1956. E assim, pelo sucesso com o "Rolinho" do Inter e a conquista do Pan-Americando de 1956, Teté foi eternizado como "O Marechal das Vitórias".

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