terça-feira, 4 de novembro de 2008

A SELEÇÃO GAÚCHA QUE ORGULHOU O BRASIL EM 1956







No eixo Rio-São Paulo sempre houve um notório preconceito contra os clubes e os jogadores do Rio Gradende do Sul. Tal fica mais do que comprovado quando se viu craques como Oreco, Paulinho de Almeida, Cláudio Danni, Chinezinho e Tosourinha (do Inter), Calvet e o ponteiro esquedo Chico (do Grêmio) e o goleiro Valdir Peres (do Renner), só serem convocados depois que se transferiram para o Rio ou São Paulo. Nos anos 50 e 60 o preconceito era inda mais pronunciado.

E isso que os craques que jogavam no Estado já vinham mostrando competência e talento, tanto que em 1956 a Seleção Brasileira de Futebol que conquistou o II Pan-Americano no México, foi integrada exclusivamente por jogadores que atuavam em clubes gaúchos. Assim foram representados o Sporto Clube Internacional, o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, o Grêmio Esportivo Renner, o Pelotas e o Esporto Clube Floriano, de Novo Hamburgo.

É claro que, anos depois, tivemos muitos outros jogadores jogando em clubes gaúchos convocados, mais precisamente apartir da década de 70, quando o S. C. Internacional conquistara o tri-campeonato Brasileiro, inclusive em 1979 com uma trajetória invicta. Feito até hoje não reprisado, enquanto o Grêmio conquistava o título de Campeão Interclubes no Japão. Foram convocados então: Luiz Luz (nos anos 40), Airton "Pavilhão" e Alcindo Martha de Freitas (anos 60), Renato Gaúcho e Everaldo (G); Paulo Roberto Falcão, Batista, Manga, Valdomiro, Claudiomiro, Paulo César Carpeggini, Tovar, Carbone, Djair, Dadá Maravilha, Lúcio e outros.

E foi em 1956 que os gaúchos mostraram que estavam muito acima da conceituação "bairrista" de cariocas e paulistas. Acontecia o II Campeonato Pan-Americano de Futebo, no México. A CBF delegou ao Rio Grande do Sul que representasse a Seleção Brasileira de Futebol. José Francisco Duarte Júnior, o capitão Teté, do Internacional, foi escolhido como técnico. O time base era formado pelo goleiro Sérgio Moacir (G) que se revesava com Valdir Peres (R); Florindo (I) e Duarte (P); Oreco (I) , Odorico (I) e Enio Rodrigues (G) revesando com Figueiró (G). O ataque com Luizinho, Bodinho, Larry (todos do Inter), Enio Andrade (R) e Raul Klein (F) revesando com Chinezinho (I).
A chegada no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, foi com a maior recepção e a maior alegria que já se tinha visto no retorno de uma Seleção Brasileira de Futebol. Os jogadores seguiram até o centro de Porto Alegre em carro de Bombeiro, todos usando "sombrero", o tradicional chapéu mexicano, acompanhados do maior cortejo então já visto. Recepção no Palácio Piratini pelo governador do Estado, o saudoso Leonel e Moura Brizola. Depois recepção no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro (então capital do Brasil), residência oficial do Presidente da República, pelo então Juscelino Kubitschek de Oliveira.

Fôra, até então, o maior e mais significativo título internacional conquistado por uma Seleção Brasileira de Futebol. Mas pouco, muito pouco os paulistas e os cariocas lembra ou comentam esse inédito e expressivo feito dos gaúchos.

Aqui relembramos, num resgate histórico, jogadores que formaram naquela inesquecível Seleção Brasileira de Futebol, que conquistou o título de Campeão do II Pan-Americano do México INVICTA, além do técnico e capitão Teté, chamado depois de "O Marechal das Vitórias".
JOGOS DISPUTADOS: 4 vitórias e 1 empate.
1) - BRASIL 2 x 1 CLILE
Estádio Olímpico - Cidade do México - 01/março/1956
SELEÇÃO DO BRASIL:
Sérgio Moacir, Florindo e Duarte; Oreco, Odorico e Enio Rodrigues: Luizinho, Bodinho, Larry, Enio Andrade e Raul Klein.
Gols: Luizinho e Raul Klein (Brasil) e J. Robelo (Chile).
2) - BRASIL 1 x 0 PERU
Estádio Olímpico - Cidade do México - 06/março/1956
SELEÇÃO DO BRASIL:
Sérgio Moacir, Florindo e Duarte; Oreco, Odorico e Enio Rodrigues, depois Figueiró; Luizinho, Bodinho, Larry, Enio Andrade e Raul Klein.
Gols de Larry (Brasil) - Expulsão: Tito Drago (Peru).
3) - BRASIL 2 X 1 MÉXICO
Estádio Olímpico - Cidade do México - 08/março/1956
SELEÇÃO DO BRASIL:
Sérgio Moacir, Florindo e Duarte; Figueiró, Odorico depois Enio Andrade, e Oreco; Luizinho, Bodinho, Larry (depois Juarez), Raul Klein depois Chinezinho.
Gols: Bodinho 2 (Brasil) e Del Aquila (México).
4) - BRASIL 7 x 1 COSTA RICA
Estádio Olímpico - Cidade do México - 13/março/1956
SELEÇÃO DO BRASIL:
Valdir Peres, Florindo e Duarte; Oreco, Odorico e Enio Rodrigues, depois Figueiró; Luizinho, Bodinho, Larry, Enio Andrade e Chinezinho.
Gols: Larry 3, Chinezinho 3 e Bodinho 1 (Brasil) e M. Rodrigues.
5) - BRASIL 2 x 2 ARGENTINA
Estádio Olímpico - Cidade do México - 18/março/1956
SELEÇÃO DO BRASIL:
Valdir Moraes, Florindo e Figueiró, depois Duarte; Oreco, Odorico e Enio Rodrigues; Luizinho, Bodinho, Larry, Enio Andrade e Chinezinho.
Gols: Chinezinho 1 e Enio Andrade 1 (Brasil), Yudica 1 e Sivori 1 (Argentina).

VÍDEO EXCLUSIVO produção de Xico Júnior

*** Para ampliar as fotos basta clicar em cima.
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2 comentários:

Luiz Carlos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luiz Carlos disse...

O Futebol gaúcho já mostrava força em 1956, com uma seleção fortíssima sagrou-se campeã invicta do futebol dos jogos Pan-Americanos no México com quatro vitórias e um empate memorável e histórico de 2 a 2 com a seleção principal da Argentina, mas paulistas e cariocas nunca falaram deste feito, sempre existiu e ainda existe um preconceito contra o futebol do RS no centro do país até hoje leio comentários que dizem que o futebol do RS e Grêmio e Internacional eram pequenos até nos anos sessenta quando sabemos que não é verdade, são muito bairristas paulistas e cariocas, na minha opinião eles não eram tão superiores assim no futebol.